segunda-feira, 7 de junho de 2010

PósModernoouPróInferno


Quanta maldade que há nesse mundo!
A miséria, o sofrimento humano em todas as suas faces me tem sido apresentado.
Senti na pele a dor das dúvidas, a dor dos outros.
Estupro em casa de família, nunca ninguém vê. A filha morre de leucemia e leva com ela o segredo entre as pernas. Tem pena dos pais, do irmão, da mulher do agressor e às vezes até dele mesmo.
Só não consegue sentir pena de si. Da vida maldita que lhe foi imposta, e ela vive ruminando essa bosta na sua boca. Com a voz baixa e rouca sangra agora pelo nariz. Já não tem mais infecções de urina, mas a boca jorra sangue dia-a-dia, sua vida se esvai sem que deixe seu segredo vazar.
Eu assisto a isso! A como dói! Lindos olhos azuis. Uma criança de 18 anos, violentada dos 5 aos 12. Só eu fui seu único confidente. Por que me escolheste?
Queria ser fiel, rezei bastante esses dias. Peço por ela, chamo ave-maria, a santa menina quer só o melhor pra sua família. Não acho justo que ela morra e o tio siga impune a violentar outras sobrinhas. Não é justo que ela morra. As pessoas boas já estão tão raras. Não vejo em quem mais deva acreditar. Mundo cruel, mundo cão.
Me abraça ainda com medo da violência e se vai sem dizer a ninguém o que eu e ela sabemos.
Deus por favor, seja companheiro dela, dê-lhe as mãos e a mostre os carinhos de um pai sem sexo, agressão, violência, porra.
Desculpe pelo que te digo senhor. Não aguento o silêncio deste mundo.Quero um mega fone pra contar a todos quanta merda há. E por fim dizer. Por fim concluir que a vida vale a pena. Não sei porque, não me pergunte de novo. Mas a vida é só o que me vale a pena.