segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sutil crueldade.
Não sei de onde vem essa arrogância despropositada.
Crueldade é falar do sentimento que não se tem com desprezo. Calma lá minha cara, sabes bem que tua hora um dia chega, se é que já não chegou, e aí, ai de ti pra conviver consigo mesma!
O amor alheio é como uma bola-de-sabão. Espeta e estoura-a com a maio facilidade. Se esquece apenas que nela flutuam os amantes.
Não desejo espetar-lha, mas que estejas tu também um dia a sobrevoar o mundo numa dessas efêmeras alegrias da vida.

domingo, 16 de maio de 2010

E Deus nisso tudo?

Creio em dois tipos de deuses.
Um é o criador, espectador da sua obra. Não age, só sente e se delicia.
O outro tipo, são os deuses que criamos, nós os humanos, afim de canalizar com maior facilidade as nossas energias, já que a lógica não funciona para as inexplicáveis forças energéticas. Não menosprezo de forma alguma esse tipo de deus. Pelo contrário, muitas vezes faço uso dele. Pra mim, que fui criado numa cultura católica, não há nada que tenha mais força que uma ave-maria e um pai-nosso.
Aí vai de cada um. A oração/mantra/mandinga/etc em que se tem mais fé é que se torna mais útil.E que cada um utilize o seu funil. No fim todos enchem as garrafas com a mesma precisão.

Ao acaso

Volto mesmo a ter fé em qualquer coisa.
O engraçado é que o que me traz a tona esse sentimento é justamente essa cidade, imensa, que por horas parecer ser mesmo uma vila, onde você encontra pessoas conhecidas por toda parte.
Mas além disso tenho também presenciado as energias funcionando num ritmo paulistano, sei que algumas coisas cedo ou tarde iriam mesmo acontecer, devido a grande concentração de pensamento nelas. Mas tudo ainda parece muito mágico quando acontece.
Sinto-me parte de um circo, ou qualquer atração teatral. Os deuses, ou o Deus, ou sei lá quem, mas que há alguém além de mim pra se rir disso, há.
Uma hesitação sem razão. Um passo ao contrário. Um segundo de pausa... Tudo programado?
Por quem? Minha culpa, se isso é católico. Mas acho que essas energias vêm das pessoas, dos ambientes e dos animais. E se relacionam, numa orgia dos sentidos; e a consciência, essa pequena fresta que nos é dada a espiar às vezes essa grande festa, se assusta e ri estupefata, qual criança a descobrir o mundo!